A alegria chegou,
um tanto assustada, com medo,
temerosa das palavras
com que eu ia abraçá-la,
pois não lhes sabia o enredo.
Te achega, Alegria!
Não temas a ventania
que sopra forte lá fora.
Logo ela há de ir-se embora
sem deixar rastros, nem traços.
Te abro os braços, te acolho,
olha dentro do meu olho,
decifra qual o meu fado.
Faz é tempo que te espero,
e tudo que mais eu quero
é ter-te sempre a meu lado.
Entra, fica à vontade
tens a total liberdade 
de vires, aqui, morar.
Alegria, alegria,
espalha teu cheiro no ar.

.  .  .


 Paulo Miranda
Não temas a ventania
tou de acordo, cem por cento
mas essa vida vazia
se preenche só com o Advento...?