Vidro fumê

Quem será a dona desses olhos que me espiam,

Desse dizer sem falar,

Desse olhar de mistérios.

O que dizem esses olhos,

Olhos de vidro fumê.

Esse querer saber me tenta a vê o invisível

E nessa assimetria de retratos

Eu me encontro,

Me pego a fitar esse desalinho

E vejo sobre o vidro

A minha imagem distorcida.

Chegue mais perto deixa- me vê os teus olhos nus

Para que os meus medos se espantem,

Fujam de mim!

E os meus olhos

Que por tantas desconfiados foram,

Encontre os teus,

Sem mistérios, sem abismos!

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 08/12/2018
Reeditado em 08/12/2018
Código do texto: T6521891
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