Delírios duma garrafa

Delírios duma garrafa

Nestas linhas torpes escritas

Desfaço-me em mil fragmentos

De alucinados momentos

Em que faz com que reflita

Qual a verdade em tudo?

Há resquícios do ser humano

A necessidade de ser mundano

Ou decidimos mentir, contudo

Há uma pequena esperança

De algo que não podemos prever

Quiçá algo que desejamos ver

Que nos trará alguma esperança

Mas o medo que corrompe

É intempérie das mais fortes

E não há abraço que conforte

A tormenta que vem e rompe

E em meus sonhos inebriados

E arrebol rubro é tempestade

É vinho em ferida de verdade

Dor em corpo puramente lancinado

Eis a luz que ludibria os insetos

Da incrédula definição do porvir

Há muito mais dor a sentir

Do que crença em detalhes incertos

E estas linhas ébrias definitivamente

Trazem consigo um pouco de nada

A Luz da esperança que se acaba

Sob a óptica duma garrafa dormente

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 09/12/2018
Reeditado em 10/12/2018
Código do texto: T6523102
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