Alusões

Dê-me livros, um bom presente!

Para eu formar meu jardim,

E tijolos serão para mim!

Mas serei parte do quê?

De um tudo que for!

Talvez um bom sabedor!

Do " só sei que não sei! "

Dê-me de tudo um pouquinho

De Castro a Dali salvador

Que seja um artista, um pintor

Quem saber um grande escritor,

Um Eça... Ou coisa assim.

Os escritos do nosso cordel

Lampião, a chegada no céu

Dostoievski, Manuel de Macedo,

O Joaquim.

Dê-me Shakespeare,

Um Bruxo qualquer!

Que seja Um Jorge, Um Voltaire,

Um Mario, um rosa, Um José,

Platão, Sêneca,

Homero ou Montesquieu.

" O bobo se sabe um sábio,

Mas um sábio se sabe um bobo"

Dê-me a libertação, dos elos,

Que, em minhas mãos,

Marcaram o meu pobre entender!

Que pedras acharei no caminho,

Em Quintana eu serei passarinho

Nas veredas de Rosa a voar.

Voei e cheguei ao mar

No negreiro pousei,

E ouvir o martírio sem fim!

Os horrores, a morte e a dor!

Vi os Homens,

Que com o seu desamor,

As espumas flutuante de vermelho tingir.

Dê- me um mapa para eu descobrir,

Os Maias, As Cidades

E as Serras,

As Relíquias da Casa Velha

E com O Primo Basílio seguir,

Feito Os Retirantes fugir,

Desse fogo no Quinze a queimar

Na Pedra Bonita chegar,

A Senhora irei convidar

E Um Vestido de Noiva a darei.

E seremos como O Guarani

O amor de Peri e Ceci

E nem O Til haverá de faltar.

Dê-me As Patas Da Gazela,

O Cortiço, A Moreninha,

O Mulato,

... O Pica-Pau Do Lobato

E As Brumas De Avalon.

De William Grei, O Retrato,

De Kafka eu quero O processo,

De Nietzsche o Zaratustra,

A Erasmo De Roterdã,

Dê-me Kant, Augustinho,

Um Hegel

Darwin, Schopenhauer, Anne Frank,

Um Drumar, um Moisés

De Casmurro a Crisalidas.

Desse “Bruxo “Todos os livros que houver.

Dê-me as corda de um violão

Dê-me os versos de uma canção

Dê-me O Boca do inferno!

Patativa do Assaré,

Um Bilac, um Augusto, um Vinicius

Dê-me um Carlos Drummond.

Dê-me O Príncipe, A Política,

O Banquete,

Dê-me O Fausto,

O Inferno de Dante.

A Republica, as Fabulas de Fedro,

Dê-me Cicero

Um Plutarco a falar.

Dê-me Troia com Aquiles,

Ulisses, Heitor,

Paris, o sedutor,

Dê-me Helena mulher de Menelau.

O rei Príamo e o cavalo de pau,

A cidade antes do fogo queimar!

Ouvir Homero, poeta cego,

A tatear nos caminhos narrando o amor.

Dê-me uma vela, um bússola, um nau

Quero Éolo a me ajudar

E logo chegarei além mar,

Nas terras de Portugal.

No café acharei um Pessoa.

" O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente..."

La no mar, Pero vaz, encontrar

E nos versos do rei vou achar!

Os poemas de um certo Camões.

Já que " ...Tudo vale a pena

Quando a alma não é pequena..."

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 11/12/2018
Reeditado em 15/05/2019
Código do texto: T6524476
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