Porta Fechada

Depois de um ou duas dobrada em trouxa

Soltando labaredas pela boca frouxa

Vomitando a leviandade entre as marcas coxas

Na fornalha de cetim, paredes velhas, cortinas roxas.

Encontrará aqui minha porta fechada

Fechada às cegas na embriaguez.

Em distração mera apaixonada

Deixando fora mais uma vez.

E segurando tua mão direita

Como mordida lacraia à espreita

Envenenada morta enquanto deita

Desgraça vil, tristeza feita.

Vejo-te preso do lado de fora

Empurrado grosso na minha cólera

Lutando contra minha resignação

Gritando: Não! Não vá embora!

Isabelle La Fleur
Enviado por Isabelle La Fleur em 14/09/2007
Reeditado em 29/08/2008
Código do texto: T652709
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