Manufatura
Reviro minha garganta e arranco uma tesoura
um tecido e uma agulha. Dessa matéria sou feito
e tenho sido feito desde o início dos tempos.
Os elementos saem em procissão pela Cidade Fantasma.
Reviro minha nova garganta e encontro linha e máquina de costura.
Ofereço às aranhas minhas entranhas nas sombras da Cidade Fantasma.
Desce a madrugada e me cubro e trabalho tesoura, tecido, agulha
linha e máquina de costura. Para o enchimento trago misérias
de um antigo porta-retrato. Meu sangue - meu fino sangue
[no acabamento.
Apalpo-me em registro nervoso...
eis o que sou - tudo o que sinto! (Pés, mãos e mente...)
Sou uma almofada! inteiramente almofada na Cidade Fantasma.