A TERRA DOS ERRANTES NA LUA

"...Estou com o coração dolorido

Estou com as juntas trincadas

Meus olhos estão secos

Minha língua está amarga

Meus pensamentos estão vazios

Todos os sonhos do pequenino pardal foram tragados

E as dores da solidão são sentidas no olho do furacão.

São as sombras de um tempo febril

De uma história de um alguém que não quer existir..."

(...)

Flores são miragens,

miragens de uma terra sem mel

Pois o tempo dura só um tempo

E depois disto vem as pragas

As pragas que as flores amam

Eu nunca fui beijado e não sei se as flores...

Se as flores dançam pena delas

Se o tempo é irreal nunca morrem

Pois o amor é uma canção é ser moribundo

Essa mesma morte é pólen

Quando o amor acabar existirá traições na alma

E verás que o poema não é entendido

E verás que a sorte é dívida...

Na verdade flores cheiram e a morte é uma piada.

Piada que as mesmas horas tragam

E tragando semelhante ferida os amantes serão

esquecidos heróis de um recomeço inútil.

As flores são meu mau

O amor é minha dor que me zomba

Já as mulheres que amei são simplesmente

tantas vergonhas do meu miserável

coração promíscuo.

E se promiscuidade é amar o mundo; eu amei todas elas...

É a Terra dos errantes na lua

em esplendidas poesias de putas e bufões

Pois, o amor é a única coisa que a morte um dia

enamorou, no entardecer traidor da luz violenta

que me fez confessar segredos ao sol testemunha do caos.

Pobremente quando um poeta sofre

suas feridas de vinho e fantasias se rasgam na carne

sofrerá também quem ler nas palavras

seu espírito, essa dor que confunde e mata o entendimento

que tanto mente aos incautos...

Os mesmos incautos que verão colhidas as primeiras flores

pois, a poesia começou com flores, e sinais,

e, o, poeta, desejoso apenas quis encontrar neste vendaval...

Um sentido da palavra que lhe acolhe tanto:

Sono.

"Não consigo ser feliz

Pois a felicidade é paga

E se não tenho ouro

Apenas conhecerei a felicidade de mero barro

pobre que sou minha felicidade são devaneios.

Já amei o impossível e foi minha dor imensa

Não quero mais falar que essa alegria...

Do tempo que não compra tesouros

e de tesouros morrem reis

me fizeste a vida que não compreendo.

Pois se as maldiçoes dos deuses são...

Eu confesso que errei.

A verdadeira felicidade é nunca ter existido

Pois quem existe nessa dimensão

corre os riscos de morrer de fome... Da fome do ódio!

Não quero confessar

Estou dormindo no nada

E esse nada se fez teatro das hecatombes

porquanto, o fim de todo romântico é viver...

Eu escrevo que tudo isto é confusão

Confusão de quem não teve noites de amor

Mas, o amor semelhante a essa sonhada felicidade...

somente poderá ser sentida com as joias do Inferno.

Termina aqui todo devaneio...

Terminará aqui os alegretes da vida

O tempo de toda poesia é mais linda no suicídio...

Esse mesmo suicídio da tão agora temperança do prato

onde tem carne podre onde comem

esses mesmos lobos e porcos da afã quimera do arrependimento

que tanto fascina iludidos, esses fantasmas que uivam

buscando corações sem fé... Tem mesmo avidez as palavras

que calam tantos gritadores nas sombras da paixão.

Está os apaixonados em tudo isto na sua busca feroz

Está os meus sonhos no estandarte da guerra socorrendo a paz

Está o ego entre tantas camadas místicas do ser

Está o coração imerso em dores

Está os prazeres efetuando razões nas folhas do destino frágil

Está minha divagação sem beleza

Entre tantas flores que não saberei

Eu comprei minhas dívidas e a poesia

me encarcerou em mim

mesmo.

Cativo do único desejo e prazer; a esposa devotada, depressão.

Irmão quando surge uma lágrima na face

não é melancolia que tu sentes

e sim o orgasmo divino das estrelas!

Pode uma única depressão convidar-nos tanto

ao abismo sombrio de demônios sacros

e entre tantas trevas da vida que nos prende nesta prisão

essa mesma dor será a convicção dos prazeres do divino

ego liberto.

É enquanto o pranto nos acode

Que a dança dos anjos enleva a existência da superação

deste carma translúcido de amor; e mulher."

Mayson Angélico Ser
Enviado por Mayson Angélico Ser em 15/12/2018
Reeditado em 15/12/2018
Código do texto: T6527823
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