CULPADOS

Há um vazio escuro, frio, onde guardo todos os meus fantasmas. São monstros que alimentei por anos e anos com o meu medo.

Quando decidi romper as algemas que o "mundo" me dera, eu caí de joelhos, fui surpreendida e tropecei no meu ego.

Houve feridas antigas expostas, outras marcas que eu mesma fiz; sacrifiquei sonhos, sufoquei por vezes o choro que queria sair. Sabe, acreditei que eu pudesse sair por aí... voar sem asas, brindar à pureza de TUDO, em um TODO. Mas, novamente o destino me puxou o tapete, me jogou no chão, senti-me parte do lodo, tão suja feito a lama que impregnou-se em mim.

Senti-me desnuda, jogada aos olhos de uma multidão, mesmo que ainda sendo subjugada apenas por dois pares de olhos.

Recebi à dura sentença, me olharam como se eu fosse um monstro o qual eu sempre repudiei em o ser. Foi nisso que eu me transformei, foi nessa alma rasgada e com nódoa de uma chaga mortal. Onde a minha maior benção, foi também a minha terrível maldição. Não importa eu parecer certa, se tudo o que eu vivo parece desconexo da verdade. E eu te pergunto: Aonde estão todos os culpados?

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 16/12/2018
Código do texto: T6528302
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