Correspondência de abril

É outra a dor que dói. Lia veio de visita com aquele jeito açucarado dela tão la glace est rompue. Testamo-nos sob a exortação manhosa; melindra, e ora reage e depois vacila e tum! Consternação prontinha. E o calor? Da Europa manda-nos fotos pelo Whats; e eu macarrônica deveras rs. Nem adianta encanar que sinto uma vontade quase sacrossanta de falar e usar as ferramentas que circundam. 2018. Tá bom pra você? Imagino uma aldrava; você rompendo-me de antemão aspergindo pelos matizados do íris refletido no pátio infante da lembrança perfumada, já sorvida.

É outra a dor que dói. Ouvi conversas lá fora. Cê tá onde? E a fisionomia? De blasé rasgada debruçada agora escrevendo-lhe entrelinhas da paixão e a fúria amante bota a cara pra fora e o desespero não tem Alzheimer. Carunchos na alma. Comprou a bicicleta? A Loira disse-me que está na Holanda. Um arroubo no puff e lastimo jogada destrançada o mundo: enigma traçado que folheio nervosamente. Bota mais uns anos aí. Itália e Rembrandt. Qué vê que elas ainda se encontram no Velho Mundo... Da varanda não vejo nada, apenas uma persiana que dá pra mim mesma; frestas do meu estômago no ermo inflado ventilando a lentidão dos brinquedos abandonados nos buracos da estrada. Viro índice onomástico. Teu nome apropria-se de mim - gigante. Aproveita.

André SS
Enviado por André SS em 18/12/2018
Código do texto: T6530224
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.