Hangar Da Alma

O aprisco não me convence de suas remissões

Ele quer transformar aquilo

Que chamamos de real

Em um campo pálido e imaginário

Paradigmas me conduzem a desistir

Daquela relação soberba

Que conflita meus sonhos

Onde a magia estabelece seus destinos

Quando a mágica parece ficar inoperante

A vida descarta o relacionamento ímpar

Como se o mundo virasse ao avesso

E eu permanecesse inabalável

No campo das ilusões

O mundo não resiste a sublimação

De meus pensamentos

Como se ele quisesse colocar tudo para fora

E me eclodir

Ele sabe o que estou pensando

E isto faz um mal para mim

Só quero viajar além da tempestade

Que oscila o destino

Viagens não suportam o hangar da alma

Minha vida não depende de afetos

Para se multiplicar

A convicção faz a resposta

E ela não quer mudar o meu destino

Embarco como se o propósito redigisse

O meu comportamento estético

Na sala do incomum

Respondo as marquises de meu pensamento

Como se quisesse dizer alguma coisa útil

Sobre mim

Emoções não demonstram

A minha palavra dominante

Sucateada pelos agentes do destino

Surrupiada pelas forças aniquiladoras

Onde a tempestade simula

O meio automático de compreender o mundo

Como se quisesse de uma vez só

Alcançar o estrelato

Ele que espere a submissão

De minhas palavras

Na parte redentiva da razão