FIM DA POESIA

Minha poesia nasce na incerteza da pena

Rabiscando insegura, mas vezes decidida

Algumas bailam com alguma beleza vaga

Vinda da brasa não resolvida; meu dilema

Corre e discorre uma vida já quase inteira

E vive, quase sempre, de afetos perdidos

Banidos, vencidos, falsos ou verdadeiros

O último tal o primeiro; amor sem sentido

Segue viajando por várias histórias tristes

(História é a narrativa que o tempo sopra,

escrevem-na o louco, o poeta, ou o idiota).

Agora descobri o que alimenta a poesia

O melindre, a fantasia e a turnê do leitor

Capaz de viver, chorar e sorrir... Empatia

A base do entendimento humano, enfim

Mas em mim e pra mim é chegado o fim

Poetas e poesias morrerão de anorexia

Se no vazio da alma, há solidão do amor

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