Cadê minha casa?

Fios de luz serpenteiam no céu,

Estrondos rasgando espaço cinzento

E sobre as casas, ruas e seres viventes,

Derrama-se a vida.

Os pássaros passam sob a chuva

Os pingos batem forte em suas asas,

Que já encharcadas,

Mudaram os tons da plumagem!

Eu, solidário as dores, os observo.

As aves procuram o seu abrigo!

Mas a velha mangueira jaz ao solo.

Habita nos negros olhos,

Que dantes foram claros e rutilantes!

O amargo desespero

De um desencontro!

Tão certo era o seu pousar

E é tão incerto o seu voar.

A velha mangueira já fora ao chão!

Voam e revoam em desespero!

As aves!

E agora!

Onde estão as suas casas?

A cerra fora calada,

Mas a natureza solta seus gritos e dores!

Asas esticadas,

Pés abertos,

Olhos em desespero!

A chuva a cair sobre as asas

Rasantes e agonia!

E sob as folhas ainda verde,

Um liquido branco,

É sangue pintado de paz!

Olha ai!

A falta que uma velha mangueira faz!

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 30/12/2018
Reeditado em 01/01/2019
Código do texto: T6539053
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