Pau de Arara

Estou cansado de bater ponto

Para entrar aqui nunca estive pronto

Estou cansado destas pessoas

De gotas em gotas formaram-se lagoas:

De ignorantes, hipócritas e incompetentes

Não, jamais os considerarei inocentes!

Quiçá realmente Kira esteja certo

Na sua afirmação que me deixou liberto:

Este mundo está podre, olhe à sua volta

Para enfrentá-los não tenho força, nem escolta

Queria expor todas as hipocrisias,

Queria expor as idolatrias,

Queria negar a obrigatória fraude,

Queria singularmente chutar o balde

Não somente, mas quebrar o pau de arara!

Assim sendo, não ter que olhar para cara:

De quem me magoou,

De quem me usou

De gente interesseira e orgulhosa,

De gente arrogante e desdenhosa,

De gente que se acha mais santa

Naquele dia o refluxo me vem à garganta

Dessas criaturas aqui é um reduto!

De que vale então o puro estatuto?

Palco de vaidade e segredos

Tratam os alheios como brinquedos

No jogo das aparências,

Também se ignoram as eficiências

E pensar que não são martírios docentes

É totalmente um desnecessário confronto

Minhas metáforas são insuficientes

Para expressar o quanto eu não quero bater ponto.

Rafael Thiago
Enviado por Rafael Thiago em 30/12/2018
Código do texto: T6539224
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