Matutalimoi

Quando a vi não achei que me fisgaria,

Mas o inconsciente me tentou com ideologia

A obrigação era de outra pessoa,

E como tudo fluído que escoa,

Trouxe-me seus problemas, como se eu não a desejasse!

Logo, a cada momento diante do impasse,

Mesmo que não percebesse a princípio,

Perdia-me em eu particípio!

Fazia-me rir,

Não me banir

Ainda que eu diferisse

Com minha típica casmurrice

Não ter reparado no início foi um engano

Por que divagava em meu conflito palaciano?

Sua melancolia também me entristecia,

Por mais que escondesse com ironia

Aquilo se alastrava como patologia!

Até quando obrigação se foi

A picada do matutalimoi!

E deixou um vazio em mim,

Da preciosidade de um marfim

A pensar nas madrugadas que perdi

Das antigas referências ao tupi-guarani

E dos preceitos que proíbem o Poti

A obrigação ser de qualquer um me enraivece!

A despeito de que eu a desinteresse

Então, inesperadamente novas rompem,

Na bela sinuca espero que encaçapem:

A que me ensina, a que me ignora, a que me lapida

Cada uma singular e não pretendida

Dom, obrigação, talento

Dom que tirou meu argumento

Dom que me buscou com sua onipresença!

E até então não me recompensa

Até o matutalimoi ser esmagado,

Pelo meu pé imaculado.

Rafael Thiago
Enviado por Rafael Thiago em 01/01/2019
Código do texto: T6540283
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