O burrinho

O burrinho passa na estrada cabeça baixa, orelhas murchas,

Com seus passinhos ligeiros!

Ele é sabedor do caminho, o mesmo de todos os dias

E talvez, de toda a sua vida!

O tempo das aguas já é passado, e a paisagem,

Não e uma das mais belas!

O sol, que não se importa com as dores nos seres,

Bebeu as aguas dos riachos,

E consumiu, o que ali, havia vestido de verde!

O que restou no caminho do burrinho,

São pedras, árvores mortas e terra seca,

Mas ele não si incomoda com a paisagem,

Se morta, se viva!

Segue sobre a terra, sobre as pedras quentes

Sobre as flores mortas.

Carregando no seu dorso, vivas e mortas cargas.

E sobre o seu lombo, vai um Homem,

Ele tem nas mãos um chicote

Que gira, de quando em quando

E desce nas ancas do pequeno burrinho.

O animal contrai-se um pouco, murcha ainda mais as orelhas

E apressa o passo.

Vestido de farrapos, sobre a sua cabeça

Um resto, do que um dia fora um chapéu

Traz na indumentária a figura de um espantalho

Seus olhos vermelhos expressam as agruras embriagadas

Na acidez das horas secas.

É duro no trato e ríspido no falar.

Não é difícil aceitar a inversão, que veio no fio de minha ótica,

Pela a triste cena exposta, nesse quadro de coisas mortas!

Sobre as cinzas dos bons sentimentos esquecidos,

Onde o Homem, apresenta-se desprovido de bondade

E o ser irracional, aparece mais humano.

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 02/01/2019
Código do texto: T6540855
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