Conversa com meu espelho

Minhas conversas com o espelho são duras

A cada dia uma vaga resposta ele traz

Uma nova mentira vem no meu rosto

Ele mente muito de mãos dadas ao tempo

No meu melhor sorriso desconfio de seu olhar

Ele é tão falso quanto são sete anos de azar

Na minha tristeza o vermelho do olho salta

Para o mergulho infinito dos reflexos

A cada dia uma mudança, sem forças me despeço

Com raiva não faço a barba e sujo tua cara de sabão

Me rendo na tua imobilidade eterna sem um alô

Te deixo embaçado no banho quente da covardia

Perdão calado te dou para tua morte sem mim

Ficas só na parede mofada até o prego te matar

Estraçalhado no chão vais sentir minha falta

E lá no espelho dos meus pecados te encontrarei

Adeus

Enviado do meu iPad

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 05/01/2019
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