Quebrando ciclos

Eu me pego entrando em ciclos sem fim, sejam eles hobbies que eu não preciso fazer, só porque consigo; textos que não têm nada a dizer; e pessoas que eu não preciso ter. Tudo isso, como uma tentativa frustrada de não ter que me ouvir. E possivelmente seja por isso que eu abomine a solidão, tendo em vista que nunca estamos sós, quando se tem uma cabeça pensante demais, incapaz de não residir na ordem do caos.

Acima disso, não sei ouvir as outras pessoas, grito na tentativa de que me ouçam. E que assim eu tenha uma nova distração, ou um certo tipo de atenção, devastando tudo ao meu redor, para preencher o meu infinito vazio auto-condicionado. Devorando tudo e todos, para que nunca se esgote o meu estoque de desculpas e coisas inúteis para fazer (que não seja ficar comigo mesma).

A questão é que não resolvi meus problemas do passado e assim estou fadada ao fracasso, criando incontáveis dívidas com o tempo. Hoje, sou um emaranhado de problemas acumulados, sem perspectiva de mudança e um ego capaz de manter toda essa condição.

Contudo estou cansada, saturada, de sofrer e remoer o que eu nunca vou conseguir engolir. E para que eu possa crescer e ser grande, somente pelo caminho da sinceridade, aceitação e uma enorme força de vontade, pois só assim quebrarei esse ciclo.

Ciclo este que vem desde antes de eu nascer e que não quero que exista mais, para que um dia quando realizar meu sonho, estes fantasmas não tenham a capacidade de estenderem-se a um novo ser, que mesmo sendo 50% de mim, não estará fadado, tampouco condicionado a cometer os erros de seus pais.

Delírio Rodrigues
Enviado por Delírio Rodrigues em 07/01/2019
Reeditado em 06/01/2022
Código do texto: T6544776
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