Tempo
Deus da vida e da morte
Ele dá e ele tira
Ele esconde e revela
Ele corre e espera
Ele insiste e desiste
Ele demora e acelera
Ele passa e fica
Ele destrói, ele preserva
Ele é grande e pequenino
Ele é menino e ao mesmo tempo senhor
Ele faz chorar, ele faz sorrir
Ele é prazer e também dor
Ele vem e ele vai
Ele para e ele voa
Ele ama, excita e arrepia
Ele sofre, implora e perdoa
Ele é bom e também ruim
Ele é efêmero ou então infinito
É um instante ou uma eternidade
Ele é silêncio e também gemido
Ele é tudo e ele é nada
É o antídoto e o veneno
É o exílio e o livramento
É rebeldia e contentamento
Quem dera eu controlar o tempo
Mas por ele vivo a transitar
Entre alegrias e tristezas
Que se cruzam nessa dança passageira
Que faço da tua incerteza o meu doce lar.