Mirante

Sozinho, lá no mirante

ele observava as moças de porcelana,

as gorduchas untuosas metidas em cangas,

e o espumoso ondear do gigante.

Sozinho, lá no mirante

conversava com as formigas em fila indiana,

Bebericava seu drink cor-de-laranja,

à sombra do tanheiro farfalhante.

Ria,

exaltava-se no calor do colóquio,

gesticulava, fazia analogias.

Passava pras formigas o monóculo,

apontava à longínqua ilha,

e degustava, lentissimamente,

seu alaranjado coquetel alcoólico.

Brayan Nascimento
Enviado por Brayan Nascimento em 15/01/2019
Reeditado em 15/01/2019
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