MISTERIOSO MAR DE MINHA CONCHA

Daquela concha tão grande do mar

Não sei coisa alguma,

Também não descobri de quais águas ela conta histórias.

De profundos oceanos, faz ruídos,

Se, curiosa e ávida de conhecimento,

Junto-a aos ouvidos.

Ouço atenta suas ondas e fechos os olhos,

Procurando decifrá-la.

Vejo-me como um menino atento

Encantado com a professora ao pé da lousa.

Fixo os olhos da memória no A B C branco de giz,

A concha grudada no pensamento,

Trazendo e levando ondas no escuro do nada saber.

Quero entender o que o ruído marinho me diz,

Tenho desejo de ir à ponta do mastro do navio ao longe,

Buscar respostas onde alcançarem meus olhos,

Usar uma luneta que por mim vare o tempo.

Sentada numa banqueta com a concha nas mãos,

Olho o verde até o infinito,

Do céu vêm azuis na largueza do espaço reunidos

Lousa e mares me confundindo.

Zero coisa descubro, as letras da professora flutuam sobre as ondas,

No quadro azulado,

Bailam na água indo, indo, indo...

Comigo fica a concha com o indecifrável ruído

Do misterioso mar nela sepultado.

16.01.2019

17:27

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 16/01/2019
Reeditado em 16/01/2019
Código do texto: T6552525
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