A última rosa

Não me digas palavras soltas. Nem que elas possam parecer dotadas de razão, não as é. Sou o que sou, se isso me faz virtuoso ou mesmo um falastrão, não posso mudar. Todavia, e isso acredito ser minha virtude, não posso querer ser o que não sou, fazer o quê?, Eu pergunto. Essa é minha resposta: assim eu sou, essa é minha essência. Tenho por princípio de vida, aceitar cada qual como se é. Não posso, e não tenho esse direito, de querer as pessoas segundo meu desejo, isso me faria um ditador. Acredito no próximo como aquele que me aprimora, se não alcancei a sapiência, não foi por culpa nem incompetência de ninguém; esse desvio - assim o chamo, quando não se alcança o pote de ouro - é por culpa somente minha. Sou um aprendiz; tenho clara ciência disso. Então, eu lhe peço: deixe eu com minhas dúvidas e muitas fraquezas; o mundo está saturado de heróis e de pessoas felizes. Permita que meus pés traçam meu caminho; não suponha meus sentimentos. Amanhã será novo dia, e depois outro, e outro mais. O trem só para uma vez na estação, ou se sobe ou se lamenta sua partida. Depois dessas palavras, o velho, que sonhava sobre a grama, chorou por ter perdido a última rosa do jardim.