A Carlos Guedes
Poeta! Amigo distante dessa tristeza inevitável
Que vemos emergir das joias entre cicutas;
Venha dar um trago comigo! Depois que você
Devorar os grilos e gelos poluídos da cidade.
Os músculos tremem de paixão; o penhasco te
Ama em espasmos fúnebres e divinos.
E o osso está fraturado - não aguentou tanta
Profecia laboriosa onde é invisível para
Vistas acres! Tens um cavernoso furor carmesim
Cingindo o peito flamejante de cinzas!
Mas que belas cinzas de batel solitário!
Lago que derrama-se na tez do sol louco;
Vestes embaladas nesse distender de bandeiras
Murchas, criando pregas em cada curva
Dessa vida - e você ainda é menino
Caminhando entre plantações de esmeraldas
E trigos - que são um escarro alaranjado
Dos olhos do céu surrealista.
Catalisador do deserto maldito que lateja! Fere
Os pés inchados de tanta tortura distorcendo
Os lábios bizarros de voz amarga!
Você é deserto incansável perto de multidões
Tagarelas e chatas. A melancolia dos seus
Castiçais dá virtude para os esgotos.
Poeta! Venha sangrar e tragar a palavra viajante;
Vês o langor e vazio como a coragem socando
Um correr tolo ao lado; o verdadeiro valor
Das coisas impalpáveis se acha - explode
Em ti. Você recria o impossível em ti:
Maldito das sinfonias seculares perfeitas caindo
No chorar decepção no velho futuro intratável.