A Carlos Guedes

Poeta! Amigo distante dessa tristeza inevitável

Que vemos emergir das joias entre cicutas;

Venha dar um trago comigo! Depois que você

Devorar os grilos e gelos poluídos da cidade.

Os músculos tremem de paixão; o penhasco te

Ama em espasmos fúnebres e divinos.

E o osso está fraturado - não aguentou tanta

Profecia laboriosa onde é invisível para

Vistas acres! Tens um cavernoso furor carmesim

Cingindo o peito flamejante de cinzas!

Mas que belas cinzas de batel solitário!

Lago que derrama-se na tez do sol louco;

Vestes embaladas nesse distender de bandeiras

Murchas, criando pregas em cada curva

Dessa vida - e você ainda é menino

Caminhando entre plantações de esmeraldas

E trigos - que são um escarro alaranjado

Dos olhos do céu surrealista.

Catalisador do deserto maldito que lateja! Fere

Os pés inchados de tanta tortura distorcendo

Os lábios bizarros de voz amarga!

Você é deserto incansável perto de multidões

Tagarelas e chatas. A melancolia dos seus

Castiçais dá virtude para os esgotos.

Poeta! Venha sangrar e tragar a palavra viajante;

Vês o langor e vazio como a coragem socando

Um correr tolo ao lado; o verdadeiro valor

Das coisas impalpáveis se acha - explode

Em ti. Você recria o impossível em ti:

Maldito das sinfonias seculares perfeitas caindo

No chorar decepção no velho futuro intratável.

André SS
Enviado por André SS em 22/01/2019
Código do texto: T6556975
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