A procura do meu eu
Procurei-me, dentro
do meu eu, pois
tinha percebido
que a muito
havia me perdido
Ao atravessar caminhos
não trafegáveis
entre tombos, tropeços
com rosto e corpo, feridos
A alma sangrava
ferida quase incurável
mesmo cansado procurava
prosseguir meu caminho
O corpo pedia morte
triste procurava auxílio
mas nos meus tombos
nenhuma mão se estendia
Só aí então percebi
ser somente eu,
meu sólido arrimo
nesse caminhar perdido
RENATO SODRÉ