o superficial tem ganhado espaço,
me tirem daqui, me mandem pro espaço,
sou como criança fantasiada de homem-de-aço,

traço uma meta, anseio por isso,
assisto o tempo voar feito cometa,
é como ter tudo e se ver na sarjeta,
passo por mudo em meio essa guerra,
assimilamos nossas próprias ideias,
subtraio minha própria existência,

esvaziar-se de tudo
em uma única letra,
sentir o frio do chão ...
a densa umidade da seca,
momentos que são tipo foice
marcam-te e se vão, tipo foi-se,

texto que componho não mais é lixo,
o lixo que exponho foge de teu contexto,
quantas perguntas para nenhuma resposta,
tantas respostas para uma única pergunta,

vê se me escuta
compor me machuca,
talvez por isso me excite
talvez por isso te excite,

por que se permite?
se lançar do penhasco ...
sem ao menos ter dado seu máximo,
abra seus olhos no seu próximo passo,
de passo em passo se alcança o máximo,

buscar o inalcançável,
suportar o insuportável,
se tornar inalcançável,
fazer valer o cansaço,

irrelevante o que escrevo
e até mesmo o que faço,
foi-se todo o aconchego
despedi de seus braços.