Beleza rara, emoldurada
colocada em telas
indescritível..

contemplar tal beleza
molduras tornam-se
imperceptível..

quando se és tão bela,

levar a sério a escrita
brincar com palavras
tais palavras me excita
brincadeiras tão raras,

raridades em falta
vulgaridades em sobra
suprir as maiores vontades
dar ouvido a menor das vaidades
ter todas elas supridas de bandeja
bandejas servidas: pratos de futilidades,

dei de comer ao meu vicio
visto que me distancio do inicio
longe do fim, a caminho do hospicio
cartazes com os dizeres "desaparecido"
poeta acomodado em seu próprio sumiço
livre de ser consumido pelo consumismo,

escrevo-te em vão
remetente: solidão
sentes-te nesses pensamentos
entregas-te esses testamentos,

atormentado pelo incompreensivel
tormento imperceptiviel visto de fora
tornei-me invisivel aos olhos do próximo
sejas lógico e aproxime-se de si próprio,

manterei-me sempre distante
não mais sentir-me importante
escreveres-te um monte de cantos
arremeça-los ao lixo no canto
citar amores irrelevantes
apreciar.. o quão somos insignificantes,

ironias a se decifrar
encantar-se por seres tão puro
apresentas-te o sujo
se desencantar.