O DIABO DA ESQUINA
Sangue de rei, sem majestade,
o retumbante arauto da bandalheira.
É dia que que nasce ao Deus dará,
vira farrapo de tarde, de qualquer maneira.
O que atravessa o caminho é rasteira,
de oferenda errada em hora ruim.
Cantoria insólita em boca estrangeira,
é mulambo sujo que se finge cetim.
Acorda o que é torto, que ainda é tempo,
de não se furtar à bravura.
Inventa na prosa o que nunca existiu,
entre o arremedo e a pedra dura.