Meus Pássaros

Uma dose de coragem,

um gole a mais,

um brinde à saudade.

Enquanto isso,

pássaros me olham por todos os lados,

uns nem tanto, outros raros.

Não cantam, calados escondem-se

no ar de sorrisos disfarçados.

Pássaros medonhos, com seus olhos encarnados,

como a mistura de cores de tardes e noites assombradas

de verões passados,

embebida no semblante morto de seus próprios rostos,

nos lábios escondidos na cor

do batom que só faz brilhar um profundo mau gosto.

Vivem e tentam voar sem asas,

mas delas não precisam, pois

não sabem para que servem,

nem as pedras, nem os verdes montes, nem os mares e

nem os galhos para pousar.

Derribados e acuados por eles mesmos,

batem sempre em retirada,

quando os meus pássaros, em busca de outras terras,

intentam voar.

Mário De Oliveira RSA
Enviado por Mário De Oliveira RSA em 08/02/2019
Reeditado em 08/02/2019
Código do texto: T6569803
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.