Não sei apascentar sentimentos

Apascentar o quê neste deserto

em que descambo meu norte?

Apascentar o quê?

Sentimentos calados

na partitura da alma?

É bravia a gana que cresce no peito.

Insana e descuidada

a mão que segura o cinzel.

Cascatas de palavras se atropelam

qual ovelhas perdidas nas escarpas

montanhosas de uma cordilheira.

Tempo não há.

Não, não há mais.

Mas, corredeiras descem poemas

dos olhos e da retina da alma…

Não sei mais apascentar sentimentos…