NOTÍCIAS NO VENTO

Um ramo de alecrim atravessou

a carne do vento e perfumou

notícia ruim de olor abrasivo.

Carcarás pescam no aquário.

Quantas árvores arrancadas

choram sementes não plantadas?

Quantos meninos e meninas

retorcem seus sonhos explorados?

Sobre a flamula carioca um urubu,

no congresso homofobia é crime.

Os esquecidos assobiam na ventania,

há palmas no caminho de Aparecida.

Nenhum Messias virá nos salvar,

já fomos redimidos pela filosofia.

Para comer, morre-se.

O público na privada.

Servido na bandeja,

sem pé nem cabeça,

um pedido de s.o.s.

Seja forte o punho cerrado

seco soco de doce lamento.

Seja a rosa na mão do povo

o poema novo ressuscitado.

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Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 14/02/2019
Código do texto: T6574702
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