operários I

e éramos grandes

e, assim, as flores,

as sacadas,

as ruas e as namoradas

e éramos a canção,

das calçadas, o chão,

dos passos, a pressa

da loucura, multidão

também éramos do peixe,

a pesca,

do talho em seringueira,

o Chico e as mãos

e éramos o tijolo, o barro,

a construção

e também éramos

do meio dia, o pão

da terra, as roseiras

que franziam têmporas

em vão

e éramos a cor,

da bandeira, o cão

- e que foi súbita a noite

dos que caíram em vão?

e as máquinas romperam as horas

e já não éramos dos ponteiros, as sobras

e fomos grandes,

no tempo da revolução

Jeronimo Collares
Enviado por Jeronimo Collares em 22/02/2019
Código do texto: T6581089
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