UM TRIBUTO À LÍNGUA PORTUGUESA

Pelo respeito que temos à língua portuguesa – a “última flor do Lácio, inculta e bela”, a que se referia o Príncipe dos Poetas brasileiros, o imortal OLAVO BILAC, e como, também, fazemos parte da Cruzada Aldrovando Cantagalo – personagem folclórico da obra do culto Escritor JOÃO ALFREDO MEDEIROS VIEIRA, é que escrevemos, em 1995, com muito amor ao nosso idioma pátrio, Um Tributo à Língua Portuguesa, com várias publicações em jornais, nos termos abaixo transcritos:

Ó minha Portuguesinha, a ti eu sempre amei fervorosamente, por ti sempre tive todo o respeito, contigo sempre sonhei, por ti sempre me sacrifiquei, por ti sempre discuti, junto de ti já tive horas fáceis e difíceis, por ti já trabalhei incessantemente, por tua causa já tiver sérias discussões com amigos, porque a ti sempre defendi com ardor e com todas as minhas forças, porque a verdade é que eu te amo, embora, por vergonha, nunca a ti tenha declarado o meu amor.

Entre tantas, Portuguesinha, tu és a mais bela, a mais bonita, a mais formosa, a mais nobre, a mais distinta, a mais encantadora, a mais dócil, a mais frágil e, sobretudo, uma das mais inconquistáveis, porque, como uma camponesa, tu és forte, tu és envergonhada, tu és tímida, tu és acanhada, tu ás pudica, tu és casta, tu és pura, mas, ao mesmo tempo, tu és volúvel, tu és arrebatada, e é por isso que tens tido um séquito de admiradores em todos os tempos, de diferentes nacionalidades.

Já tiveste, em tua conquista, homens das mais altas qualificações, como Camões, Vieira, Camilo, Herculano, Garrett e Castilho – os três últimos, escritores românticos; Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa – o Poeta, e muitos outros portugueses ilustres; e, em nosso meio – dos brasileiros, tiveste admiradores e apaixonados, como Casimiro de Abreu, Castro Alves, Fagundes Varela – os poetas românticos; Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Visconde de Taunay – do romantismo em prosa; Machado de Assis, Rui Barbosa, Euclides da Cunha – do realismo em prosa; o grande poeta Olavo Bilac – do parnasianismo; Afonso Arinos, Coelho Neto, Graça Aranha, Joaquim Nabuco, Capistrano de Abreu, José do Patrocínio, Quintino Bocaiúva, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Jorge Amado – dos mais modernos; e muitos e muitos outros brasileiros notáveis, que não poderiam, aqui, ser enumerados, mas a verdade, Portuguesinha, é que nenhum deles, a exemplo dos teus patrícios, soube conquistar, de todo, o teu amor, o teu coração, porque tu és inconquistável, como já o disse, e não serei eu, por certo, um pobre homem desconhecido, que te vai conquistar.

Quero que saibas, porém, linda Portuguesinha, que sou teu servo, que sou teu admirador apaixonado, que te sou obediente, que te sou submisso, que sou um escravo da tua vontade, do teu desejo, da tua norma de procedimento, das tuas mais complicadas exigências, porque, entre todas, tu és a mais bela rainha, o mais doce encanto, embora, presentemente, muitos, assim, não te considerem, talvez pela ignorância de não saberem o teu verdadeiro valor.

Queremos esclarecer que o poema acima foi escrito, com alma e coração, e que tudo o que ali foi dito é o que sentimos e é aquilo por que já passamos e por que temos passado, pois, por nossa querida língua portuguesa, todo o esforço é válido, pelo que ela representa a cada um dos brasileiros e ao nosso País.

Biguaçu, 27 de fevereiro de 2019.

Trogildo José Pereira.

NOTA: O poema acima transcrito consta da obra MINÚCIAS DO VERNÁCULO: proveniente de análise sintática (pp. 287-288), escrita pelo mesmo Autor

Trogildo José Pereira
Enviado por Trogildo José Pereira em 25/02/2019
Reeditado em 01/03/2019
Código do texto: T6583888
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