A AMEAÇA DO CORVO

Quando o grito fertiliza o silêncio,

Alijando do tempo o frescor da sanidade,

Tornando turvo o discernimento,

Furtando a razão da realidade,

Foge o entendimento

Pelas asas da leviandade.

Um corvo, à distância se mantém.

Aflita, a coruja agoniza.

Irônica, a natureza se abstém.

À prudência, a insensatez ridiculariza.

A lógica se refugia também.

Ai que Minerva o sábio evoca,

Isso desde os tempos de outrora,

Quando o erro por si sufoca

A verdade que se ausenta por hora.

Assim, foge o corvo em desalento

A coruja se recompõe.

Minerva reconstrói, a um tempo,

A luz que a sombra contrapõe.

MARCO ANTONIO BREGONCI
Enviado por MARCO ANTONIO BREGONCI em 18/09/2007
Reeditado em 22/09/2007
Código do texto: T658447