Inexprimível Saudade
Confesso: nunca aprendi a domar o meu futuro
E me amanheço neste meu presente,
Com todo esse espanto puro
De quem cavalgou uma noite recente...
Meu tempo, que tinha o tamanho
Da minha perplexidade sempre crua,
Me parece hoje tão estranho
Quanto uma flor que nasceu na rua.
E a minha ilusão temerária percorria a estrada,
Afrontando o meu ceticismo disfarçado de esperança...
Por isso, perplexo, de sonhos gastos na caminhada,
Nem mesmo sei quando me perdi de mim (criança).
A banda podre do tempo me alcançou. De distantes
Momentos de mim, uma aluvião de saudades flui.
Mas, saudade que dói mais, nesses instantes,
É a saudade do que não fui...
Santiago Cabral
São Luís – MA, 02/03/2019
Copyright© 2019
Todos os direitos reservados ao autor.