A Rosa
Por força invencível rompe a semente o claustro materno...
Em meio ao pó exsurge à vida, dom fugaz e eterno...
Revolve-se em dor buscando o calor, em súplica sedenta...
Desespera-se à busca e recebe, enfim, a luz que a ofusca
E confunde o espírito inquieto... Mas, sente-se feliz...
Sem saber o porquê quer mais ainda crescer...
Estende-se ao espaço sempre da luz ao regaço,
Desabrocha em flor, em perfume e amor...
Descobre-se, enfim, à beleza da Rosa...
Percebe-se ruim! Tem espinhos que ferem!
Em meio ao jardim é tão linda e maldosa!
Humilha o jasmim só por ser tão cheirosa!
Inocência! Clama aos céus por clemência!
Se fere a tantos com sua beleza e perfume,
Se causa a tantos a triste vileza do ciúme,
Melhor não seria a fealdade doentia?