Adormecido

Salgada cai noturna e atordoada chuva,

Dos olhos que deleitam-se na fantasia

Do que lhe fora realidade um dia.

Vinho que retornara à uva;

É fruto doce, se, a seu tempo colhido,

Mas vão-se os empenhos nesse esforço.

E um olhar apenas bastaria,

Se nele, invés de ressequida fibra,

Brilhasse o desejo do não possuído.

No entanto jaz no peito que não vibra

O sonho de amor já consumido.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 08/03/2019
Código do texto: T6592376
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