SEMPRE

O verso é uma forma de confissão atravessada

no mar mexido do poema na espuma da ressaca

estridente na maré colorida do mel da madrugada,

mas que bate agora na onda imprevisível da palavra,

esse vento sem regras, onde menos importa a verdade...

Os nãos ditos pelas horas. Tarde ou cedo. Cedo ou tarde

o poeta mente a cor da aurora. Altera o relógio do ocaso.

Relativiza o que é absoluto. Destrói o que é relativizado.

Enquanto escrevo o arbítrio é o meu parceiro enigmático...

Quando fico quase perdido tem vez é que nunca me acho.