VALA
Fui sempre sem poder ir: mil destinos
soltos na garagem rarefeita do mundo,
em arquiteturas cerebrais, um profundo
teatro de sombra em atos sem sentidos,
senão o de sobreviver à mordedura diária
do tempo inexato do presente já passado
(na velocidade imperceptível que imprime
vida no verso que escala o muro íngreme).
Nadei sempre sem poder nadar: na piracema.
À margem da vala. No redemoinho do poema.