Luz (Deus)

Luz, que por uma fresta escapou do firmamento

E percorreu veloz pelos campos amanhecidos

Separando o orvalho dos desertos

Até por um sopro achar regato

Abrindo as janelas para esfuziante contentamento.

Luz, a guiar o barqueiro mesmo sem moedas

Que impetuoso transpassa a densa bruma

Rasgando os véus da morte impura

Para resgatar os perdoados

Da fatal e eterna sorte por arrependimento

Luz, a guiar o cego clemente

Pelo destino cruel obliterado

Como a mão divina e caridosa

A içar a frágil alma

Da vil escuridão e esquecimento

Luz, a aquecer nossa essência e

Ainda que sob duvida, recusada e

Não possa ter tocada

És sentida e ansiada

Para iluminar os profundos túneis do entendimento

Luz, em tua presença a escuridão é ausência

Nos umbrais da mente encarcerado

Pelo acumulo de vidas pelos tempos mal vividas

Plena, domina o sim e o não

Permeando o éter na vastidão

Facho solitário, determinante do inicio e fim da criação.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 11/03/2019
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