Me falta tudo
Sinto uma vontade imensurável de escapar de mim
Saltar de paraquedas longe de qualquer trisco da minha carne, do meu estado.
Tudo me falta
Me escapa
Perco o ar
A fala
O prumo.
Tudo que vem de mim
Parte
Levanta voou
Nada nunca é estável
Tudo efêmero
Fraco demais.
Ao escapar
Por entre minhas mãos
Meus dedos
Sinto o gelo desse vazio
O gosto amargo de me ver morrendo todos os dias
O abandono de quem se quer lutou
Tenho em mim a matéria de quem um dia quis resistir
Mas a alma de quem precisa partir.