DESTINO CRUEL
Que olhar é esse, que tanto me perturba?
Dançaste comigo uma única música
Tomaste-me nos braços, com tanta delicadeza
Adentraste minha alma em silêncio
E com os olhos, disseste-me, do teu amor
Tão jovem eu era, mas, estremeci
Confesso: fugi do teu olhar
Fugi, porque desejei-te mais do que devia
Tão logo a música parou, apertaste minha mão
Num gesto de despedida
E teu olhar entristeceu
Uma lágrima em meus olhos… E te foste para longe
Por que partiste se tanto me amaste?
Retornas agora, tanto tempo depois
Com o mesmo olhar
Provocando-me novamente arrepios
Despertando desejos adormecidos
Nossa juventude ficou tão distante
Mas ainda sinto-me em teus braços
Rodopiando pelo salão
A música ainda soa em meus ouvidos
Como se no momento presente estivéssemos
Tão cruel foi o nosso destino
Apresentou-nos numa noite tão linda
Onde a lua nos acenou e sorriu
Abençoando nosso encontro
E em seguida deixaste-te partir de mim
Calo-me neste instante, não devo alimentar esse amor
Tarde demais nosso reencontro
Tarde demais para recomeçarmos.