Esquisitices do Amor

Dizem os tutores da mente,

que o amor que a gente sente,

só é amor de verdade,

dando o que não se tem

a quem tem necessidade

e já não é quase ninguém.

E, numa estranha alquimia ,

forjamos a mutação

da nossa dor em alegria,

solidão em companhia,

paciência , espera , escuta,

sem sonhos quaiquer de permutas.

E neste amor se constata

que, indo além das paixões,

desfaz nó de dor invertida,

pois os nossos corações

fazem diferentes tratos

com as dívidas de nossas vidas.

Às vezes o amor falece

em luta ,e o forte fenece

vence o insano infeliz!

Mais cõmodo o que não se diz,

melhor é ficar quieto,

que o hábito é o nosso teto.

Então , o erro fatal,

fumaça em descompasso,

hiato entre entre o medo e o abraço

e o primeiro pé no degrau,

exige que qualquer passo

do outro, lhe seja igual.

Dor em semente arrebenta

quando em falso patamar,

o outro não nos vê de cima

e a gente não se aguenta

queremos asas, voar...

para o azul da auto estima.

E aquele amor companheiro,

com aura e mãos de parceiro,

torna-se gente esquisita,

perde-se na multidão

e agente tem a impressão

que só se conhece de vista.