CONDENADO
Tudo é sempre novo o tempo todo nos tempos,
quando um verso abandonado é só o que resta
na matemática agora imprecisa e inútil do poeta.
Todo o universo é tão pequeno, feito o pensamento
suicida das redes, onde muitos põem-se nus à fera
da liberdade artificial da ânsia faminta desta esfera.
Tive de sair corrido do meu próprio poema, no vento
arredio de projeções obsoletas de uma alma inquieta.
A poesia não perdoa o ponto umbilical que a encerra.