ZUM ZUM ZUM

Somos relativamente nada.

É cada um na sua casa.

É cada um no seu casulo

feito se viver nesse mundo

fosse exata e totalmente assim:

eu sem você e você sem mim.

Acontece é que tenho pressa

em cada um espanto da fresta

que brilha tímida no fim da cortina

da sala escura, quase roxa ainda.

Os galos invisíveis e suas óperas...

As louças mexem-se. E tudo acorda.

A aurora abóbora que abre outras horas.

E o poema é só um ruído atrás da porta.