O morto
O morto ainda respira,
transpira.
A brisa covarde espalha a catinga.
Refletida na calçada,
a sombra torta,
fiel e pavorosa.
Seu semblante disforme,
não há mão de artista
ou toque divino que transforme.
Gritam as crianças
assustadas.
Correm as moças
enojadas.
Só os velhos
não se espantam com mais nada.