O morto

O morto ainda respira,

transpira.

A brisa covarde espalha a catinga.

Refletida na calçada,

a sombra torta,

fiel e pavorosa.

Seu semblante disforme,

não há mão de artista

ou toque divino que transforme.

Gritam as crianças

assustadas.

Correm as moças

enojadas.

Só os velhos

não se espantam com mais nada.

Marcelo Alberto
Enviado por Marcelo Alberto em 20/03/2019
Código do texto: T6603116
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