Retrospecto

Quero ver meus grotões

Naquele chão de mata

Ver o voo das garças

E aquele lindo arrebol

Ver teu compasso simplório

Chão irrompendo a semente

Canto ao estalo dos ventos

Coro, arco-íris, floresta

Seus tuxauas

Senhores das terras silvestres

De quando um intocável cipreste

E sem fronteira entre o bem e o mal

Nossas árvores

Sumaúma e ipê imponentes

Pindobas quase em ciclo perene

Palha seca ao sapé de outra gente

Gado a solta e a flora de pé

E a viola

Glamurosa nas mãos de um poeta

Com o som das memórias campestres

Dos cantadores, os alpendres, as quermesses

Santo e festa em uma terra sem nome

Gualther de Alencar
Enviado por Gualther de Alencar em 23/03/2019
Código do texto: T6605606
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