Não Sofra, Senhor.

Na esquina da rua Querubim

Passou um senhor,

Ele alegou que não sofreria mais,

E voltou para seus aposentos.

Passou pelo corredor cheio de memórias penduradas a parede;

Mas ele disse que não sofreria...

Sentou-se na poltrona Marrom;

Acendeu um cigarro e pôs-se a sofrer.

No copo uma dose de conhaque;

Entre os dedos enrugados e tristes, um cigarro queimando...

Mas quem se importa?

Ele sofre calmamente;

A fumaça contornava as curvas da melancolia que o beijava;

E ele sofria.

Sexta-feira, calma sexta-feira.

As palavras mal ditas assombravam a sexta maldita;

Ensolarada, triste, a mesma...

Igor Honorato
Enviado por Igor Honorato em 25/03/2019
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