Duas Mortes

Do alto de uma pedra qualquer

Assistindo ao teu teatro

Tentava ser confiante em tudo que havia sido dito

Tentava me segurar em tudo que fora vivido, tudo que havia acontecido

Mas ainda assim me desesperava...

Eu a olhava de longe querendo correr a todo instante

Mas a confiança me manteve preso no chão

Talvez esse fora meu maior erro, confiar de mais...

Eu a via indecisa, olhando para o infinito do abismo,

Deslumbrada com a calmaria de uma paisagem tranquila...

Assistia sua indecisão, seus passos longos para trás me confortavam

Mas as lágrimas me assustavam

Teria ela esquecido de tudo, teria se esquecido de mim?

Será que minha lembrança já não trazia mais conforto,

Já não era mais a “luz na escuridão” a “resposta de tudo”?

Fechei os olhos e por um momento ouvi sua doce voz em minhas lembranças

“confia em mim”

Senti uma birsa leve pelo meu rosto e pude ter a certeza de que

voltaria,

Foi nessa hora que de punhos cerrados ela correu em direção a loucura

Correu até que não tivesse mais chão...

Liberade... Prisão...

Amor... Ódio...

Tranquilidade... Desespero...

Acabou...

E você tirou muito mais do que a sua própria vida.

rOg Oldim
Enviado por rOg Oldim em 20/09/2007
Reeditado em 21/09/2007
Código do texto: T660739