Não vi nada.

Eu sempre me perguntei

por que sempre foi preciso, uma facada nas costas para me fazer abrir os olhos

e ainda assim era difícil ver...

Por que quando o tempo se dissolvia na cama

entre as pernas dela

e eu pensava, graças a Deus que ela está aqui,

é que me sentia realmente cego, mesmo estando de olhos abertos.

Ainda hoje, fico sem saber como eu não pude ver

o que estava na minha cara

tão nítido como o cheiro que lhe saía do corpo

e impregnava até os meus pensamentos...

afundei minha cabeça

nela

e no fundo, como de se esperar

eu não vi nada.

nada.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 28/03/2019
Código do texto: T6609320
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