INTEMPÉRIES ( Um poema neobarroco) Para Rocheteau Paiva

Se ouço pérolas, não ouço as ostras. São outras, são outras iguarias,

Saboreio libélula pelo que ela libera, preservo-me só e em igualdade.

Descreio de Darwin, mas leio Origem das Espécies, o inglês santificado-

Estudo a Gêneses, mas esqueço-me do frenesi de padres emancipados.

Ostras são outras, antros de nácar, conchas guardam madrepérolas ...

Pitas não apitam, mas pitos... aos ares repito reparo de células.

Darwin evolui, mas permanece imutável: Há genes, gentes, gentilezas.

Gêneses destrói , mimetiza ou angaria: Há Janes, Tarzans e molezas.

O bafio de ambiente embolorado ressente-se de dias ensolarados...

As nódoas de limo sobre a parede podem ser róseas, azul crina: Que importa?

Coisas importantes deixadas de lado no gritante exercício de calar,

Tomo suportes mas jamais compenso minhas sedes, as águas desaguaram tsunamis.

O bolor provém de meu desabafo: Dele provenho, a ele retorno.

A parede de limo demanda limas, Meu pé de Laranja Lima ...

O lado das coisas que não deixo, tornam-se paredes de cidadelas.

A sede compensa ou dispensa suportes: A sede, a sede sempre será cruel!

Em clima de O Processo, possesso,reflito pela mente e espelho.

Há um O Vermelho e O Negro com feitio de luta clássica ou de classe.

Sofro pelas ondinas e pelos elfos: Ah se meu fusca falasse!

Cinderelas e Peter Pans atravessam pela faixa de segurança a relho.

A avenida fechou-se e não foi por passeata, fez negociata...

Rios e arroios agiam qual joios ao darem azo às cidades de lata.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 01/04/2019
Reeditado em 02/04/2019
Código do texto: T6612537
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