Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz
Me embriago de café nesta tarde
sem Madama Butterfly,
quem sabe um sumi-ê.
Não.
Uma epifania buliçosa pela
cozinha, indícios de salvação.
Não.
Já é hora (falta pouco) para o jantar
então pego alface, tomate. Despedaçá-los.
Eis que encaro:
escarlate do fruto ou de meu
retesado sangue?
Esclareço:
corte no médio canhoto.
Ensaiar a fusão do mato mais vulgar
com a sinfonia (compô-la) da
amada, estalactite que quer submergir
no espírito com raízes da
natura perdida da felicidade.
No banho abro o registro. Choque
no corte mas a vida não
acorda só dormita estranha
perdendo tempo absorta e inútil.
Me embriago de mim mesmo
alcaloide à deriva
de furor trespassado pelo café
amargo que adentra
- escureza que desce nesta
caverna domesticada dando à
luz tolerâncias pantanosas na
plateia de uma ópera naufragada
em meio ao pânico do nada
pode ser feito.
Somente suportar a ração que
passa debaixo da lucidez inflamada.